Evolução Humana e o Ambiente

Texto apresentado na disciplina de Educação Ambiental na faculdade de Pedagogia da Univille.

INTRODUÇÃO

Temos constantemente estudado o desenvolvimento humano através da teoria da evolução. Talvez desempenhando seu papel ecológico no mundo o homem tem-se destacado como um fator de alteração do ambiente. Porém, isto tem nos colocado também na posição de destruidores do mundo, predadores por natureza.

Neste estudo temos um pequeno resumo teórico e hipotético da evolução de espécies até ao homem atual e a reflexão das alterações ambientais impulsionadas pela evolução humana pós-agricola.

Como fruto da natureza a humanidade tem-na alterado a seu bel-prazer por alguns milhares de anos. Talvez este seja o momento de nos reintegrarmos, de interagir positivamente no ambiente e propiciar um desenvolvimento conciliador na natureza.

EVOLUÇÃO HUMANA E O AMBIENTE

1. Dos primeiros primatas ao australopithecus

Entre todos os mamíferos, os que mais se assemelham ao homem são os antropóides, como o chipanzé, o gibão, o gorila e o orangotango. Essa semelhança não é apenas anatômica ou fisiológica. Um estudo dos cromossomos e a analise das proteínas confirmam uma semelhança também genética. Por isso são classificados na mesma ordem: os primatas.

Existem, porém, muita diferença entre o homem e os demais primatas. Uma delas é a capacidade característica humana de se apoiar e se locomover sobre membros posteriores, deixando suas mãos livres para segurar e manipular objetos. Essa vantagem compensou outras desvantagens do andar ereto como varizes, hérnias e outros problemas orgânicos. Outra diferença importante é o desenvolvimento do cérebro, bem maior no homem que em todos os outros primatas.

De fato, fisicamente o homem é muito fraco em relação a outros predadores que, sem a inteligência e a capacidade de manejar instrumentos, dificilmente teria sobrevivido. A capacidade intelectual e criativa e a forma de dominar o ambiente e controlar a natureza compensaram amplamente a nossa debilidade física.

O primeiro fóssil considerado antropóide é o Aegyptopithecus zeuxis, datado do Oligoceno. É apontado como ancestral do Drypithecus que, teoricamente, teria originado o ramo dos antropóides (pongídeos, macacos atuais) e humanóides. O ancestral mais remoto apontado é o Ramapithecus, com porte semi-erecto, mas com dentes e mandíbulas menores, semelhantes, portanto, aos da espécie humana. A primeira ramificação de hominídeos é conjeturado como sendo o Australopithecus, uma mistura interessante de caracteres simiescos e humanos. Com cérebro pequeno, crânio e face semelhante ao dos macacos (chipanzés). Seus dentes eram parecidos com os nossos e podemos deduzir que adotavam uma postura ereta, embora não tão perfeita como a da espécie humana atual. Se crê que tenham sido capazes de utilizar ferramentas toscas e fabricá-las pitorescamente (pedras e varas). Datamos o aparecimento do Australopithecus a aproximadamente 2,5 milhões de anos. Mais ou menos 1,5 milhão de anos depois surge outra espécie: o homo erectus, chamado a princípio de Pithecanthropus erectus. Por sua semelhança com espécies anteriores, porém, apresentando características de aparência humana. (Porte ereto, uso de ferramentas, fogo). O Australopithecusdesapareceu a cerca de meio milhão de anos.

2. O Homo erectus

A ciência tem dado ao homem (homo sapiens) a idade aproximada de 90 mil anos. Supondo uma evolução de outra espécie de hominídeo, o homo erectus, fósseis encontrados pela primeira vez em 1891 na ilha de Java (o pitecantropo).

A abundância de fosseis dessa espécie facilitou a tarefa de reconstituir e classificar os indivíduos encontrados. Fósseis semelhantes foram encontrados posteriormente na Europa e África. Alguns foram classificados como raças diferentes da mesma espécie.

Junto a esses fósseis normalmente foram encontrados vestígios de fogo (o que indica que eles foram os descobridores ou dominadores do fogo) e vários instrumentos que bem podem ter sido usados para a caça e pesca, confeccionar vestimentas (embora não se confirme o uso delas). Utilizavam cavernas, mas pode ser que talvez até mesmo construíssem seus abrigos de galhos e folhas.

Os indivíduos desta espécie eram baixos e robustos e fabricavam instrumentos de pedra bem trabalhados e aperfeiçoados. Possuíam cérebro do mesmo tamanho que o nosso. A região cerebral correspondente à fala era bem desenvolvida.

3. O Homo sapiens

homo erectus pode ter evoluído para duas espécies distintas Uma delas o homo sapiens neanderthalensis, extinto da terra e que foi provavelmente uma subespécie e não é ancestral direto do homem moderno. Outra subespécie é o homo sapiens sapiens, cujo fóssil mais antigo é o homem de cro-magnon. Era alto, fabricava excelentes ferramentas e era também bom artista. Esse grupo espalhou-se pelo mundo como caçadores-coletores, se adaptando aos mais diversos habitats e condições do mundo. Era por definição nômade e tinham a vida adaptada ao grupo social. Surge daí a capacidade de transmissão de conhecimento através da linguagem, que irá desencadear o desenvolvimento agrícola e cultural e podemos falar a partir deste ponto de evolução humana.

3.1. O homem agrícola

Teoricamente, a alguns milhares o homem passou a cultivar a terra para obter seu alimento e aprendeu a domesticar alguns animais. Surgiam as primeiras civilizações.

A partir daí a evolução cultural foi responsável pela rápida aceleração das transformações humanas, tendo a linguagem como a base para essa evolução.

3.2. Aspectos físicos: As hipóteses

Não podemos definir, na teoria evolucionista o que é real ou que é apenas deduções, ou se nossas certezas serão afirmadas ou apagadas no futuro. Não podemos afirmar que mudanças teriam levado a ocorrer o fenômeno da evolução ou encontrar as provas das mutações necessárias para que ela ocorresse.

Não podemos apontar, certamente o que teria levado o homem a se diferenciar tanto de seus “parentes” antropóides. A não ser por hipóteses daquilo que se espera logicamente que tenha ocorrido, sobretudo pelos interpretes destas teorias.

Podemos supor que a seleção natural favoreceu, quando das grandes mudanças nos cenário físico-mundial, transformando-nos em carnívoros e caçadores utilizando ferramentas. Mais importante teria sido o desenvolvimento cerebral, uma vez que a caçada precisava ser planejada. A vida social e a boa cooperação entre os membros do grupo permitiam caçadas coletivas, indispensáveis para seres tão fracos como o homem.

Pode ter surgido também a necessidade de uma base fixa, um acampamento, onde os filhos pudessem ser criados, alimentados e protegidos. Assim, passa-se a ter a vida em territórios mais ou menos fixos e protegidos contra invasores. Às vezes, desenvolvendo ciclos de caça e a vida no grupo.

Hipoteticamente falando, nossos antepassados sofreram consideráveis modificações em relação aos outros primatas. Abandonaram a vida arborícola pela terrestre, transformaram-se de herbívoros em carnívoros caçadores, valendo-se do uso de armas e ferramentas e de um cérebro desenvolvido. A vida social e a cooperação foram intensificadas graças ao desenvolvimento da linguagem e do uso do fogo. Finalmente surge uma sociedade familiar estável, permitindo dispensar maiores cuidados à prole.

3.3. Aspectos culturais e impactos ambientais do desenvolvimento humano

Desde que o homem passou a ser intrinsecamente agrícola, fixando-se em um local que mais tarde deve ter evoluído para clãs familiares, tribos, reinados, impérios e finalmente, os atuais estados, muita coisa mudou, sobretudo em sua visão de si mesmo, do mundo, da vida, de ambiente, da divindade, do conhecimento e do universo.

Muitos são os aspectos culturais relacionados às diferenças raciais.

Religião, família, alimentação, idiomas (linguagem verbal e posteriormente escrita), desenvolvimento e tecnologia são aspectos culturais que tiveram diferentes evoluções, dependendo do território, onde cada qual apresentava características próprias de clima, alimentação, saúde, ambiente, caracteres genéticos, etc.

De comum, podemos citar que junto ao desenvolvimento agrícola vem a necessidade de administradores (surgindo daí os antigos sistemas patriarcais, substituídos depois por um soberano: rei, faraó, etc), de comerciantes (dedicados a princípio no sistema de troca, porém, com o uso de metais pode ser substituído pela sistema de moedas), de artesãos, construtores, guerreiros (para proteger o território e, mais tarde, para impor superioridade, conquistar território e dominar povos e obter escravos e riquezas).

Pessoas ligadas ao comércio ou à religião provavelmente foram os primeiros a se ocuparem em registrar algo, fazendo surgir a escrita.

A superioridade em influência de certas famílias e o pensamento religioso deve ter contribuído para o surgimento de regimes arbitrários de governo, onde um déspota supremo e de caráter divino controlava tudo. Esse pensamento também contribuiu para se tentar impor a todos o mesmo deus e a conquistar povos, que seriam inferiores e, portanto, deveriam trabalhar como escravos.

Quase tudo o que é o mundo hoje, o é em decorrência do pensamento humano cultural deste período. Muito pouco nos foi legado pela humanidade anterior a esse tempo.

Depois do advento da escrita passou a se ter uma preocupação forte no sentido de transmitir conhecimentos, ensinar e modificar o mundo, seja no aspecto político, religioso, filosófico e finalmente, científico.

Ao passar a cultivar a terra, domesticar animais e construir para si residência (templos, palácios, túmulos, etc) o homem passou a alterar o ambiente ao redor de si e assim a construir vilas e depois cidades.

Mais tarde, com o advento do comércio, começa uma busca constante atrás de riquezas, o que tem desencadeado na atualidade um desastroso uso da natureza, destruído habitats, alterando desordenamento o clima, o mundo e assim extinguindo espécies importantes de seres, vegetais e animais e até mesmo, arriscando a vida humana.

CONCLUSÃO

No presente estudo vimos as hipóteses da teoria da evolução e sua implicação ao mundo no impacto causado a natureza pelo desenvolvimento da espécie humana.

Uma analise sem parcialidade se faz necessária para que possamos rever nossa posição nesse meio tentar não interferir no processo natural do mundo.

É possível até que não afirme-se a teoria da evolução das espécies como a pura verdade em relação a origem da vida, porém, é inegável as implicações dos conceitos de seleção natural, adaptação e evolução de cada espécie.

Isso nos torna não mentores, senão somente mais um item no processo natural do mundo. A partir desta analise podemos repensar qual deve ser a nossa contribuição ativa ao ambiente.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALBERTS, Carlos C. Perigo de Vida: predadores e presas: um equilíbrio ameaçado. São Paulo: Atual 1989.

LINHARES, Sérgio; GEWANDSZNAJDER, Fernando. Biologia das populações: Genética, Ecologia, Evolução: Segundo Grau. São Paulo: Ática, 1980.

MARTINS, Natalino Ferraz. Ciências Ambientais para o 1º. Grau: a evolução do homem. Rio de Janeiro: Gráfica Lux Ltda.

MOORE, Ruth. A Evolução. Rio de Janeiro: AGGS, 1971.

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