Texto apresentado na disciplina de Educação Ambiental na faculdade de Pedagogia da Univille.
Refere-se a um deslocamento disciplinar e interdisciplinar.
A ciência tem novos traços: complexidade, hibridez, não-linearidade, heterogeneidade.
Fundam a complexidade: a teoria da informação, a cibernética e a teoria dos sistemas.
A Teoria dos Sistemas orienta a pesquisa da relação com o ecossistema.
Na impossibilidade de explicar a realidade a partir da Lógica Racional Binária Aristotélica, teve-se que adotar um conceito não-aristotélico, contraditório e paradoxal.
Afirmamos que a TRANSDISCIPLINARIDADE se coloca como modelo de estruturação, de articulação dos outros ramos do conhecimento, científico ou não-científico, até mesmo místico e gnósico.
Essa é a situação que nos confronta os problemas ligados ao ambiente, à alimentação e à saúde.
Problemas desta natureza complexa necessitam a interação de diferentes áreas, sejam: médicas, sociais, econômicas ou políticas.
O método a ser adotado na resolução de problemas é interdisciplinar e sistêmico, impondo um modelo que compreenda a interação, o trabalho em rede e a hierarquia das prioridades.
Um estudo interdisciplinar, analisando níveis de realidade diferentes, de diálogo e de lógica do terceiro incluído podem fazer jorrar problemas de caráter paradoxal.
Em termos de Saúde, técnicas onerosas se opõe aos imperativos da economia.
A Medicina Clássica, mecanicista e técnica, se opõem às medicinas alternativas mais humanistas.
A hiperespecialização se opõe a uma visão sintética e sistêmica do homem global.
A TRANSDISCIPLINARIDADE surge como um método, um processo até mesmo contraditório em sua totalidade, de maneira a compreender a situação.
A realidade concreta deve ser descrita em termos de sistema no qual se inscreve a realidade que se constitui em problema, colocando em evidência sua interdependência, permite uma descrição que facilite a visão do conjunto e a reflexão, ao definir os objetivos a que se propõe.
A não-redução supõe encontrar, se não a totalidade das causas e dos dados da questão, ao menos o maior número possível, para intervir no princípio de um problema de saúde ou ambiente, com a preocupação da analise qualitativa.
É necessário formar uma cultura que permita articular, religar, situar no contexto da realidade, colocando em conjunto os diversos conhecimentos adquiridos.