O Filho da Promessa – Gênesis 21

Abraão foi um patriarca. Essa designação por si só não pode descrever totalmente a profundidade do significado do termo. Ao declara-lo como patriarca, no mundo antigo, colocamo-lo no status de um governante soberano sobre um povo, como um rei. Mas a designação de rei não lhe seria apropriada, pois embora ricos e com mais força do que alguns dos reis estabelecidos, não tinham um limite territorial de governo. Sua governança era exercida de forma intelectual e espiritual, de forma paternal, com mais integridade e submissão de seus súditos, do que de um reinado estabelecido sobre uma área restrita.
Como patriarca adorador do Deus Criador, Abraão se punha como portador da verdade sobre as origens da humanidade, sua transgressão e da promessa de um Redentor. Ao sair de sua terra, Deus lhe estabelecera uma aliança: “…Sai-te da tua terra, da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. Eu farei de ti uma grande nação; abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome; e tu, sê uma bênção. Abençoarei aos que te abençoarem, e amaldiçoarei àquele que te amaldiçoar; e em ti serão benditas todas as famílias da terra.” (Gênesis 12:1-3, AR) Mas como cumpriria-se a promessa se Deus não lhe dera filhos? Em um momento tentou resolver por si mesmo o problema de Deus, buscando um filho com uma concubina, arranjada por sua própria esposa, conforme o costume e da maneira mais aceitável concordando com a cultura da época. Parecia a solução perfeita. Ismael seria feito o filho herdeiro e portador da bênção, como era chamada a herança religiosa entre os patriarcas. A desaprovação divina desse jeitinho logo foi confirmada turbulenta relação familiar que se estabeleceu. Deus não precisa de uma forcinha das soluções humanas para cumprir seus propósitos. Ismael, embora também tenha sido abençoado por Deus, foi mais um empecilho, um problema para as relações familiares e futuramente para o povo dirigido por Deus do que uma ajuda.
No tempo designado por Deus, quando não havia mais maneira humana de haver um filho entre Abraão e Sara, Deus visitou-lhes e lhes concedeu a dádiva almejada. “Sara concebeu, e deu a Abraão um filho na sua velhice, ao tempo determinado, de que Deus lhe falara.” (Gênesis 21:2, AR)
Ainda na infância ficou evidente a rivalidade entre Ismael, o filho da presunção humana de Abraão, fruto da cultura doentia em que estavam inseridos, com Isaque, o filho da promessa, conforme os desígnios de Deus, tanto que Abraão teve que dar-lhe a parte que lhe cabia como herança e despedi-lo para o deserto.
Assim, sempre que queremos transformar a vontade de Deus conforme nossos próprios desejos, mesmo que com as melhores intenções, sempre criaremos mais problemas do que soluções. Tão somente colocar a direção da nossa vida nas mãos do Senhor será suficiente para termos garantido o melhor para o propósitos divinos e essa direção de Deus sempre será o que de melhor pode nos ocorrer.

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