O Sacerdócio de Melquisedeque – Gênesis 13 – 15

“E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e era este sacerdote do Deus Altíssimo. E abençoou-o, e disse: Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra; E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo.” (Gênesis 14:18-20, RCF)
Abraão foi peregrino na terra de Canaã. O povo que habitava essa próspera região havia se entregue a busca desenfreada por prazeres, licenciosidade e orgias. Abraão era omo uma luz, uma demonstração de fidelidade, de retorno a verdadeira religião. Um povo que vivia em considerável harmonia e não entregues a vícios e perniciosidade.
Logo esses hebreus conseguiram respeito e consideração de seus hospedeiros. Era considerado sábio e um baluarte.
Como parte do jogo de maldade daquelas vilas/cidades-estados, faziam alianças e saiam para a guerra. Uma guerra que mais parecia um jogo sangrento, mas que não poucas vezes destruía a reputação e todo o respeito, podendo mesmo aniquilar uma desses reinos (cidades-estados). Um grupo de reis de significativo poder formaram uma aliança e saíram a fim de pilhar um boa parte da Palestina, sequestrando pessoas como escravos e levando suprimentos para si, deixando um rastro de destruição.
Ló, sobrinho do patriarca Abraão estava morando em Sodoma e foi levado cativo junto com os habitantes da cidade. A esta notícia Abraão não podia se fazer indiferente. Pacifista por natureza, buscara sempre solucionar seus problemas com o diálogo e busca de direção divina, via-se agora forçado a ir a batalha e resgatar seus amigos. Sua incursão foi um sucesso, com a graça divina, com apenas trezentos e dezoito pessoas libertou todos os prisioneiros e recuperou seus bens.
Logo após a batalha aparece a figura misteriosa de Melquisedeque, rei de Salém. Identifica-se como sacerdote do Deus Altíssimo, El Elyon, fornece pão e vinho para o exército cansado e os abençoa. Abraão identifica nesse homem um servo de Deus e da-lhe o dízimo de tudo o que possui.
Nada mais nos é dito de Melquisedeque, o que abre as portas para muita especulação. O nome Melquisedeque pode significar um título (Rei da Justiça, ou Rei Justo). Salém é identificada posteriormente com a terra dos Jebuseus, conquistada pelos hebreus bem depois da ocupação da Palestina e feita sua capital, Jerusalém e sede religiosa.
Dessa aparição conclui-se que Abraão não era o único a adorar El Elyon em seu tempo. Havia outros adoradores espalhados pelo mundo de então. (Inclusive, haverá mais provas disso no texto bíblico posteriormente). Salém era governada por um Rei Justo e Sacerdote do Altíssimo, ainda naquela época, o que justifica o tempo adicional de graça outorgado a seus moradores no futuro. Também justifica em parte a escolha do local como centro religioso. Ainda pode ser visto o uso do pão e vinho como celebração religiosa e o dízimo sendo citado sem nenhuma explicação adicional.
Especula-se que esse Melquisedeque possa ser o próprio Sem, já que pela cronologia bíblica o patriarca anti-diluviano portador da herança religiosa ainda estaria vivo e com bastante vigor por essa época (Sem morreu nos dias de Jacó, neto de Abraão).
Especulações a parte, o fato de Melquisedeque ser citado da forma que é, sem genealogia, sem ascendência, sem descendência, sem um histórico conhecido permite para que ele figure na Bíblia como um tipo do Sacerdócio posterior de Cristo, não derivado do código e da ordem levita, mas de uma linhagem superior e distinta. “Jurou o Senhor, e não se arrependerá: tu és um sacerdote eterno, segundo a ordem de Melquisedeque.” (Salmos 110:4, RCF) 
Assim também Cristo não se glorificou a si mesmo, para se fazer sumo sacerdote, mas aquele que lhe disse: Tu és meu Filho,Hoje te gerei.
Como também diz, noutro lugar: Tu és sacerdote eternamente, Segundo a ordem de Melquisedeque. (Hebreus 5:5-6, RCF)
“Porque este Melquisedeque, que era rei de Salém, sacerdote do Deus Altíssimo, e que saiu ao encontro de Abraão quando ele regressava da matança dos reis, e o abençoou; A quem também Abraão deu o dízimo de tudo, e primeiramente é, por interpretação, rei de justiça, e depois também rei de Salém, que é rei de paz; Sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de vida, mas sendo feito semelhante ao Filho de Deus, permanece sacerdote para sempre.
Considerai, pois, quão grande era este, a quem até o patriarca Abraão deu os dízimos dos despojos.(…) 
Mas aquele, cuja genealogia não é contada entre eles, tomou dízimos de Abraão, e abençoou o que tinha as promessas. Ora, sem contradição alguma, o menor é abençoado pelo maior. (…)Visto ser manifesto que nosso Senhor procedeu de Judá, e concernente a essa tribo nunca Moisés falou de sacerdócio. (…) 
E muito mais manifesto é ainda, se à semelhança de Melquisedeque se levantar outro sacerdote, Que não foi feito segundo a lei do mandamento carnal, mas segundo a virtude da vida incorruptível.Porque ele assim testifica: Tu és sacerdote eternamente, Segundo a ordem de Melquisedeque.(…)
E, na verdade, aqueles foram feitos sacerdotes em grande número, porque pela morte foram impedidos de permanecer, Mas este, porque permanece eternamente, tem um sacerdócio perpétuo. Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles. Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, e feito mais sublime do que os céus;
Que não necessitasse, como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente por seus próprios pecados, e depois pelos do povo; porque isto fez ele, uma vez, oferecendo-se a si mesmo. Porque a lei constitui sumos sacerdotes a homens fracos, mas a palavra do juramento, que veio depois da lei, constitui ao Filho, perfeito para sempre. (Hebreus 7:1-28, RCF)
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