Os últimos reis de Judá – II Reis 24 e 25

O governo do Reino do Norte (Israel) fora tomado pelo Império Assírio (721 aC) e a população escravizada ou deportada, numa manobra política adotada pelos Assírio que impedia a reorganização do povo dominado e assim ficavam sufocados qualquer levante ou revolta. O Reino de Judá permanece vivo ainda por mais 135 anos. Neste tempo o Império Assírio cai em poder da nova potência militar mundial: Babilônia. A origem dessas duas cidades estão ligadas e a região mesopotâmica tem influência marcante na história dos hebreus.Talvez nos primórdios tenha sido um reduto de adoradores de Jeová, e depois tenha tido uma mistura com o paganismo. Foi nesta época de mistura que Abraão foi chamado a retirar-se dali, entratanto, ainda encontramos temos notícia dos familiares de Abraão adorando o Deus verdadeiro nesta região, embora de forma um tanto mística, algumas gerações posteriores.
Babilônia desempenha na simbologia bíblica uma atuação bastante significativa. Desde o princípio simboliza confusão (Babel), representa a elite, a riqueza, o poder político-religioso dominante e apesar da proximidade da religião verdadeira representa a apostasia deliberada, representa o conhecimento da verdade rejeitado em troca de honras e méritos mundanos.
Alias, religiões originadas nesta região, como o Mitraísmo e o Zoroastrismo têm muita semelhança com o cristianismo e o judaísmo.
A dinastia davídica governou o Reino do Sul (Judá) até o colapso total da monarquia israelita, em 587 aC, quando o exército babilônico de Nabucodonosor toma o controle de toda a Palestina.
Nunca haviam sido vistos tanto profetas como naqueles dias. Isaías, Miquéias, Sofonias, Habacuque e Jeremias. Foram advertidos severamente dos juízos de Deus e aconselhados a arrependerem-se e submeterem-se à vontade divina, inclusive submetendo-se à potência emergente de Babilônia.
Mas o orgulho próprio e um falso senso de justiça própria ou sentimento de superioridade por “conhecer” o Deus verdadeiro manteve a elite judaica distante da submissão à vontade de Deus.
Os babilônicos usavam uma estratégia um pouco diferente dos assírios em suas vitórias. Enquanto os assírios usavam a força e a violência para impor seu poder, inclusive deportando os dominados para destruir qualquer forma de organização posterior, os babilônicos preferiram agir permissivamente, sem impor sua cultura ou religião, apenas exigindo submissão e o pagamento de tributos. Essa atitude fez com que a maioria dos povos dominados aceitassem a submissão e poderio babilônico de forma pacífica sem qualquer manifestação, alguns inclusive preferindo essa situação de submissos a um estado forte em detretimento de uma fraca cidade-estado ou país com deficiências, dado o embargo comercial de não submeter-se ao poder dominante.
Mas os judeus tinha um forte orgulho nacional, uma xenofobia, um sentimento de superioridade que não aceitaria pacificamente a submissão a outros povos incircuncisos.
Uma reforma religiosa levada a efeito nos dias do Rei Josias (640-609 aC), embora tenha tido o efeito de converter o povo novamente ao seu Deus, agora os mantinha reféns de sua auto-suficiência e orgulho. Sentiam-se invulneráveis e não aceitavam nenhum tipo de submissão. Fizeram aliança com o faraó egípcio e acreditavam piamente que não seriam dominados. O Egito, por sua vez, cria que ter uma aliança com Judá era muito estratégico para se proteger do expansionismo assírio-babilônico, criando a ilusão da proteção mútua.
O faraó Neco matou a Josias e destituiu a Joacaz, herdeiro legítimo e instituiu Eliaquim, irmão de Joacaz e filho de Josias, como o novo rei de Judá, submisso à Corte Egípcia. Eliaquim teve seu nome mudado pelo faraó para Jeoaquim. Reinou entre 607 a 596 aC. Fontes bíblicas e extra-bíblicas retratam os conflitos entre poderes rivais, ocorridos durante o reinado de Jeoaquim. O domínio mantido pelo Egito sobre uma considerável parte do antigo império assírio, estimulara a predominância da facção pró-Egito em Judá, na qual o rei se apoiava. Porém, quando o rei babilônico, Nabucodonosor, esmagou o exército do faraó, em Carquêmis (605 a.C.), e marchou para a costa mediterrânica, devastando as cidades filistéias, essa facção entrou em pânico. Seus desesperados pedidos de ajuda aos egípcios, bem atestam a gravidade da situação.
Jeoaquim foi feito vassalo de Nabucodonor, mas revoltou-se após 3 anos. (fonte: Wikipedia)
Após sua morte seu filho Jeconias assumiu o trono de Judá e o Egito perde a autoridade sobre seu território para os babilônios, mantendo-se ainda independente na esfera militar, na forma de dominação imposta por Nabucodonosor.

A rebelião de Jeoaquim resultou em Jerusalém ser sitiada. A expressão “durante esse tempo” (2Rs 24:10) talvez não se refira ao breve reinado de Joaquim, mas ao período geral em que se enquadra, permitindo destarte que o sítio se tenha iniciado no reinado do seu pai, Jeoaquim, conforme Daniel 1:1, 2 parece indicar. Jeoaquim morreu, pelo que parece, durante este sítio, ou foi levado para Babilônia, e Jeconias ascendeu ao trono de Judá. Seu governo terminou, porém, apenas três meses e dez dias depois, quando se rendeu a Nabucodonosor em 617aC Em cumprimento da palavra de Jeová mediante Jeremias, ele foi levado para o exílio em Babilônia. (Je 22:24-27; 24:1; 27:19, 20; 29:1, 2) (fonte: Wikipedia) “E tirou dali todos os tesouros da casa do SENHOR e os tesouros da casa do rei; e partiu todos os vasos de ouro, que fizera Salomão, rei de Israel, no templo do SENHOR, como o SENHOR tinha falado. E transportou a toda a Jerusalém como também a todos os príncipes, e a todos os homens valorosos, dez mil presos, e a todos os artífices e ferreiros; ninguém ficou senão o povo pobre da terra.” (II Reis 24:13)

Assim, estava destituído definitivamente a monarquia independente de Judá, e Jeconias ficou como prisioneiro em Babilônia, mas depois desempenhou funções administrativas importantes na corte babilônica.
Em Jerusalém Matanias, tio de Jeconias, filho de Josias foi posto no trono como vassalo de Nabucodosor, teve seu nome mudado para Zedequias e foi o último rei da monarquia hebraica.
Porque assim sucedeu por causa da ira do SENHOR contra Jerusalém, e contra Judá, até os rejeitar de diante da sua presença; e Zedequias se rebelou contra o rei de babilônia. (II Reis 24:20)

A rebelião de Zedequias, apoiado pelo novo faraó Apries traz o exército babilônico de volta para Jerusalém. O sítio começou no início de 588 a.C. e demorou um ano e meio ou mais, interrompido porém temporariamente quando o faraó Apries apareceu com o exército egípcio. Porém, Apries não conseguiu manter-se em Judá e se retirou. O sítio de Jerusalém foi restabelecido. O profeta Jeremias repetiu, que a vontade de Deus fosse a rendição aos babilônicos, mas os nobres se revoltaram contra ele e preferiam as palavras de outros profetas mais favoráveis. Zedequias aparece nisso indeciso e fraco. A um lado não aceita a profecia de Jeremias e o maltrata, ao outro lado salva a vida dele e o protege. – Je 38:1-28.

“No décimo primeiro ano de Zedequias, no quarto mês, no nono dia do mês”, abriu-se uma brecha em Jerusalém. Zedequias e a família e seguidores passaram a fugir de noite. Alcançados nas planícies desérticas de Jericó, Zedequias foi levado a Nabucodonosor em Ribla. Depois de presenciar a morte dos filhos, Zedequias foi cegado, preso com grilhões de cobre e levado a Babilônia, onde morreu na casa de custódia. Junto com ele foram novamente levados milhares de outras pessoas para o exílio babilônico, deixando para trás um pais destruido e bastante despovoado. (fonte: Wikipedia)

Assim, Deus permite que uma nação idolatra execute seus juízos na terra, a fim de preservar a pureza e virtude. O cativeiro hebreu irá realizar para esses judeus mais bem do que mal. A dispersão irá ocasionar uma expansão da religião judaica, propiciando inclusive o preparo da população para a aceitação do cristianismo cinco séculos depois.
A história política hebraica algumas vezes parece destituída de brilho ou até mesmo que não tenha cumprido seu propósito, entretanto, vemos a todo o tempo a mão poderosa conduzindo o curso da história.
Forte abraço e fiquem na Paz este fim de semana.
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